domingo, 26 de setembro de 2010

O que dizem não é o que querem dizer...



As pessoas se preocupam e passam adiante aquilo que ouviram, sebe-se de quem ou quando, e contam com a veracidade e convicção como se elas mesmas tivessem visto tal fato. Põe a mão no fogo, fazem balbúrdias, espalhafatosas cenas de horror, drama e tensão.
Na realidade não tem certeza de nada, apenas ouviram falar.
Enquanto tomo banho eu costumo pensar sobre as situações do cotidiano, como eu poderia ter respondido tal situação, como poderia ter sido se eu tivesse pré-disposto naquele momento à discussões, confusões, atos obcenos, vulgares ou até mesmo inteligentes e desprendidos! Como poderia ter sido bom aquilo que não foi.
Enfim, estava pensando nos conversês que se fazem, que desarolam, deslancham como avalanches. Mas se fôssemos mais frios perceberíamos o quanto distorcido são as coisas. Se realmente fosse verdade aquilo que chegam nos nossos ouvidos, estaríamos confirmando também que o que falam da gente é tão verdadeiro quanto.
Mas o mais engraçado é que todas as pessoas negam. Dizem: não, não! Isso não é bem assim! Que absurdo! Não, comigo não aconteceu, mas com fulano eu fiquei sabendo que era verdade.
É nesse momento que me pergunto: porque não é verdade ali, mas é verdade lá? O quanto descabido é ter a certeza daquilo que não é certo, nem conferido?
Sigo com a certeza de que nada sei, apenas de mim e mais ninguém.
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